quinta-feira, dezembro 28, 2006

Em jeito de despedida, ou a peonização fulgurante

Este é um post de despedida enquanto escriba deste blogue. Aqui há umas semanas atrás várias pessoas lançaram a ideia de se fazer um blogue alargado, de esquerda, articulando intervenção e reflexão, argumentação e diversidade. A ideia foi fazendo o seu caminho; fui desafiado, aceitei o repto, e desafiei outros. Gosto de novos desafios. E o mais novo é o blogue Peão. Como diria Lamarque, na natureza nada se perde, nada se ganha, tudo se transforma. Ora bem. Uma mudança de estaminé, portanto, para um novo. Para os saudosos do Fuga só posso aditar o seguinte: este blogue teve o seu tempo e procurou ser um contributo leal para o debate de ideias e a partilha de experiências, conhecimentos e gostos. O seu legado será potencializado no que for considerado proveitoso.
Continuarei como blogger nos blogues onde já participava: no Não Apaguem a Memória! e no Café Montalto, este um espaço pessoal agora também reactivado.
Como prenda de despedida deixo-vos um número de magia inolvidável, meus amigos! Desde as brumas da independência que não vislumbrávamos um acontecimento deste jaez. A magia desnuda-se, sem truques. E tudo com um simples lenço. Vermelho, obviamente. E bom 2007!

sábado, dezembro 23, 2006

Lugares de memória

No passado dia 6, realizou-se uma cerimónia de homenagem às vítimas dos tribunais plenários do Estado Novo português, os quais vigoraram durante c.30 anos (para uma breve súmula vd. este tx. de Irene Pimentel).
Neste evento foi descerrada uma placa evocativa na entrada duma sala do Tribunal da Boa-Hora (que foi um dos espaços que albergou aqueles tribunais). Aí deram testemunho improvisado Edmundo Pedro e Nuno Teotónio Pereira, ex-presos políticos e actuais membros do movimento cívico Não Apaguem a Memória! (+inf. aqui e aqui).
Aproveito a ocasião para referir que estão disponíves na Internet os discursos então proferidos pelo representante dos presos políticos, António Borges Coelho («Em nome das vítimas dos tribunais plenários»), e pela representante do movimento, Cláudia Castelo («Para que o medo não volte a ter tudo!»).
Este foi um mês rico em efemérides, assinalando-se com iniciativas variadas os centenários natalícios de Flausino Torres, Ruy Luís Gomes e Fernando Lopes Graça e o 45.º aniv.º do assassinato, pela PIDE, do artista plástico José Dias Coelho.
Por fim, o movimento Não Apaguem a Memória! lançou um novo blogue (http://naoapaguemamemoria2.blogspot.com), que continua o anterior, bloqueado presumivelmente por motivos técnicos imputáveis à empresa Blogger.

sexta-feira, dezembro 22, 2006

O Rivoli, novamente

A anunciada concessão do teatro Rivoli à empresa de Filipe La Féria é merecedora de reflexão pública.
Diga-se, desde logo, que a concessão a privados é uma das vias de que o poder municipal deve poder dispor para desenvolver uma política cultural. Mas essa via tem enquadramentos e regras que vários especialistas e políticos sérios dizem não ter sido respeitadas no caso em apreço.
Em primeiro lugar, o Rivoli afirmou-se nos últimos anos com uma certa identidade, ligada a uma diversificada e regular presença de artes experimentais (dança contemporânea, novo circo, etc.) e do teatro de autor. Ademais, essa aposta articulou-se com um forte investimento municipal na reabilitação da infra-estrutura e na criação duma estrutura coordenador com capacidade de dialogar e convidar os vários parceiros da sociedade civil para este encontro plural. Estes esforços necessitam de tanto mais tempo quanto a aposta é mais exigente. Agora, resolveu-se romper com esta lógica e impor uma outra: a do lucro, mediante a escolha duma só empresa e vocacionada exclusivamente para o teatro comercial.
Em segundo lugar, a concessão deve ter um conjunto de regras rigorosas e transparentes, o que há quem diga não estar a ser cabalmente seguido, pois o caderno de encargos não foi sequer aceite pela empresa.
Há, pois, motivos para preocupação; há, pois, a necessidade dum maior debate das questões em apreço, desde a estratégia que se pretende para a política cultural até aos custos e às articulações entre espaços municipais e da sociedade civil.
Nb: para leitura doutros posts do Fuga sobre o Rivoli vd. aqui e aqui.

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Trocas e baldrocas para todos!

Pois é, meus caros, as trocas e baldrocas pré-casamento devem ser para todos. Ora confirmem lá se não é assim. Não vos esqueceis de seguir as legendas. E boa sessão de 'plingrafias'.

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Volta, Freitas, estás perdoado

Já não bastavam as constantes inovações trazidas pela «globalização». Agora são os sotainas que também reivindicam o direito a acariciar o "esférico". Rezava ontem um diário da praça que "o cardeal Tarcisio Bertone, número dois do Vaticano, quer formar uma equipa competitiva na Série A [italiana]". E aditava: a imprensa italiana sugere Trapattoni para seu treinador. Inovação e canelada juntos, que perfeito par. Tirando o facto da «série A» ser organizada dentro do Estado italiano e o Vaticano ser outro Estado, está tudo bem. N.º 2 já temos, e o Papa, vai para que posição? Guarda-redes ou avançado-centro, à espera da bola?
O direito de todos a marcar golos parece ser o mote da nova era. Resta aguardar a formação de equipas de elite de muçulmanos, judeus, hindus, budistas e outros credos. Para árbitro lá terão que ir os ateus e agnósticos, como de costume, a fazer o trabalho mais incómodo, de fazer avançar o jogo sem atropelos às regras. Afinal, a avaliar pelos desejos vaticanos, a proposta do ex-MNE Freitas do Amaral de se organizarem jogos ecuménicos parece não ser tão descabida como alardearam então.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

A raia: repressão, resistência e memória

Começa hoje o Congresso Internacional «A raia 1936-1952, repressão, resistência e memória». O evento, organizado pela Raia Viva, terá lugar em Chaves e em Cambedo da Raia e prolonga-se pelo fim-de-semana. Contará com as intervenções de Paula Godinho (sua alma mater, adivinha-se), Xerardo Pereira e William Kavanagh, entre outros, além de variadas iniciativas. O programa vem aqui (versão galega aqui). Repetirá em Ourense, em Março do próximo ano.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

O franquismo hoje: balanços críticos (X)

"Xa para rematar, non quero deixar de louvar a profesinalidade, competencia e adicación da organización deste VI Encuentro, tanto dos seus responsables no seo do Depto. de Historia Moderna e Contemporánea da Universidade de Zaragoza, nomeadamente a Prof.ª Ángela Cenarro Lagunas, como da Fundación Sindicalismo y Cultura (de CCOO- Aragón), en especial na persoa de Antonio Martínez. As entidades e persoas encargadas da organización do vindeiro VII Encuentro (Santiago de Compostela 2009), o Departamento de Historia Contemporánea e de América da Universidade de Santiago de Compostela e a Fundación 10 de marzo (de CCOO- Galicia), deberían tomar boa nota do desenvolvemento do Encuentro de Zaragoza, tanto para reeditar as súas numerosas virtudes como para mellorar algúns aspectos puntuais." [fim]
Daniel Lanero Táboas

Debates do Diplô, n.º 1 (agenda)


quarta-feira, dezembro 13, 2006

O franquismo hoje: balanços críticos (IX)

"Non quero rematar esta ‘crónica’ sen facer unha valoración global sobre o que, ó meu entender, supuxo este VI Encuentro de Investigadores sobre el Franquismo. En xeral cabe destacar o elevado nivel intelectual dalgúns dos debates (non de todos), o que ven sendo unha saudable tradición neste congreso.
A vitalidade dos debates ten que ver cunha decidida vocación - o que se convertiu nunha constante xa dende os iniciais Encuentros de Jóvenes Investigadores del Franquismo - pola minimización do ritual xerárquico, tan do gusto doutros encontros, seminarios e congresos do gremio dos historiadores e dos «científicos sociais» en España. As distancias e escalas profesionais redúcense notablemente, o que posibilita unha participación aberta do conxunto dos asistentes (dende bolseiros recén chegados até catedráticos moi recoñecidos) nas discusións.
Continúa a ser o congreso central para os historiadores que no conxunto do Estado nos estamos a adicar a investigar os 40 anos da dictadura franquista, pois permite coñecer as tendencias dominantes, e aquelas que xa se van apuntando, no noso campo de traballo, así como, moitas veces de xeito individualizado, os traballos en proceso que están a realizar tanto investigadores recentemente desembarcados neste ‘compartimento’ da nosa Historia contemporánea como outros que levan xa varios, ou bastantes anos, traballando.
Polo que fai, máis en concreto, o desenvolvemento das sesións neste derradeiro Encuentro cómpre destacar, por unha parte, a necesidade de renovación das perspectivas de investigación en algún dos campos. O caso máis evidente é o das institucións do réxime, pero non só. No conxunto das 75 comunicacións presentadas, os traballos adicados a estudar o período ou etapa tardofranquista (1960-1976) continúan a ser claramente minoritarios.
Por outra banda, os enfoques na liña (en sentido moi amplo) da Historia da Cultura e dos medios de comunicación, están a a gañar terreo con gran velocidade, ao igual que os de Historia de Xénero, até o punto de que estes últimos son a día de hoxe tan relevantes, e están, de por si, tan presentes a tódolos niveis que, na miña opinión e, agardando que a ninguén lle pareza politicamente incorrecto, merecen ter xa unha presenza transversal asumida por todos nós, e non un tratamento individualizado.
Afortunadamente, no eido da historiografía sobre o franquismo, a Historia das mulleres está tan xeneralizada que se podería dicir que a súa normalización non requiere xa de espazos singulares.
Por último, os estudos sobre a represión franquista, manteñen moita vitalidade, moi posiblemetne relanzados polo boom social e mediático da recuperación da memoria histórica. Os historiadores deberiamos reflexionar máis, e así se fixo en certo modo en Zaragoza, sobre onde están ou deberían estar os lindeiros entre o que é memoria e aquelo outro o que chamamos Historia.
No ‘debe’ deste congreso, non podo deixar de sinalar as excesivas restriccións formais á hora da presentación das comunicacións. Limitar o texto a 15 páxinas pode ter un efecto certamente negativo, no sentido de que conduce, cando non obriga, a moitos dos autores á presentación de estudios de caso que, nesta ocasión, eran, polo xeral, bastante máis descritivos ca interpretativos, o que é unha mágoa, en especial se temos en conta que esta restricción estivo en boa medida motivada pola vontade dos organizadores de editar un tomo - pouco manexable - co conxunto das comunicacións presentadas. Na era dixital - e malia ao apego que moitos de nós seguimos a ter polo soporte de papel - co CD que se nos entregou tería abondado e, este ‘problema’ non existiría. Escoitamos en Zaragoza a queixa de varios comunicantes nesta mesma liña.
Pola contra, hai que felicitar á organización pola antelación coa que foron remitidos os materiais, o que facilita moito o posterior desenvolvemento do debate nos congresos." [continua]
Daniel Lanero Táboas

Qual es la tercera letra del abecedario?

A pergunta em epígrafe é feita num concurso televisivo, o qual consta do vídeo "¿Quién quiere ser millonario? - Abecedario". Se fosse ao dito concurso o que responderia? Imperdível, há volte-faces surpreendentes, mesmo nas situações mais lógicas.

terça-feira, dezembro 12, 2006

O franquismo hoje: balanços críticos (VIII)

"As actividades académicas deste VI Encuentro completáronse cunha conferencia - homenaxe ó falecido profesor e historiador catalán Javier Tusell, a cargo do catedrático de Literatura española da U. de Zaragoza e crítico literario José Carlos Mainer, da que habería que destacar a sabia combinación de emotividade e contención, centrando o seu discurso nunha análise do que supuxera a figura de Tusell no marco da bisoña historiografía española da transición á democracia e dos primeiros anos de asentamento desta.
Pola súa parte, o prestixioso psiquiatra Carlos Castilla del Pino fora o encargado de pronunciar a conferencia inaugural do Encuentro, baixo o título «El estatuto moral del franquismo».
No acto de clausura deste VI Encuentro os asistentes aprobaron por unanimidade un comunicado no que se solicitaba que o proxecto gubernamental de «Lei da memoria histórica», que na actualidade se atopa na fase de tramitación, recollera a nulidade do conxunto de procedementos xuridiciais vencellados á represión franquista e sancionara o libre acceso a tódolos fondos documentais relativos á Guerra civil e á posteiror dictadura franquista que aínda non están dispoñibles." [nb: continua; sobre este assunto vd. outro texto do autor aqui]
Daniel Lanero Táboas

Lisboa adiada

200 milhões de contos, repito, 200 milhões de contos (ou 954 milhões de euros) é a actual dívida da CML. Tudo devido ao atoleiro do túnel do Marquês de Pombal, que serve basicamente para atrair mais carros, para despero de todos, nada mais. Além da embrulhada do Parque Mayer, que podia ter sido resolvido doutro modo: bastava bom senso, auscultação de urbanistas e um pouco de estudo dos projectos anteriores.
Perante isto não há política consistente que resista, é simplesmente impossível. A estratégia é: loteamentos e mais loteamentos, mais hotéis, mais escritórios (mas sem ser para grandes empresas). Uma cidade cada vez mais assimétrica: classes alta e média alta dum lado, classes populares nos bairros sociais. Dados: 51% dos lisboetas não têm rendimento do trabalho, c.1/4 são idosos. Classe média dinâmica vive cada vez mais nos arredores e não há qualquer política para estancar a sua saída e/ou o seu retorno. Um novo estudo do INE confirma a sangria: descida para o patamar dos 400 mil residentes, e não aumento. O grave problema dos prédios devolutos persiste: são 120 mil na Grande Lisboa, a maioria na capital. A EPUL continua submersa em má gestão e não faz o papel de regulador do mercado, é tão-só mais um concorrente do imobiliário.
Insiste-se em obras megalómanas: além do pombalismo serôdio do Plano Baixa-Chiado (que implica a mega-circular das Colinas), a obstinação por um mega Arquivo Histórico e Biblioteca Central a edificar não faz sentido no actual contexto de grave crise. Relembre-se o essencial: o Arq.º Hist.º da CML é o 3.º maior do país mas está fechado há mais de 4 anos, repito, 4 anos! Com esta opção estará fechado por muitos mais. Faz sentido? Não; a CML tem inúmeros espaços que entretanto podiam ser reabilitados para tais funções, mesmo que a título temporário. Eléctricos rápidos? Chapéu, antes a mega-circular das Colinas, para esburacar o centro da cidade e trazer ainda mais carros e poluição sonora e ambiental.
O programa televisivo «Prós e contras» de ontem, sempre na vanguarda, inovou duplamente: na presidencialização da bancada de intervenientes, com Carmona Rodrigues qual César dum lado e a oposição do outro lado (será preciso relembrar que os executivos municipais são colegiais?); e no arranjo do “público”: era o povo dos assessores, uma maravilha popular, estamos sempre a aprender.

segunda-feira, dezembro 11, 2006

O franquismo hoje: balanços críticos (VII)

"A derradeira sesión levou por título «Represión y violencia: las caras del terror», recaendo a responsabilidade da relación nunha moi acreditada especialista neste campo de estudo, a Prof.ª da U. de Lleida, Conxita Mir Curcó.
A vitalidade - permanente dende finais dos anos 80 - desta sección dos estudos sobre o franquismo, quedou posta unha vez máis de manifesto atendendo ao número de comunicacións presentadas, 17 (23%) do total.
O máis característico desta sesión foi a variedade de enfoques incorporados polos autores. Algúns máis novidosos, outros máis clásicos e mesmo, un terceiro tipo de traballos que renovan certas parcelas da investigación. Este último é o caso das comunicacións adicadas a análise da depuración de corpos profesionais da administración do Estado que até o de agora non tiveran un trato preferencial. Sería o caso dos profesionais do ensino secundario, dos funcionarios de prisións ou dun corpo profesional como o dos xornalistas.
Outro eixo temático a salientar entre as comunicacións presentadas neste apartado do Encuentro é o da Historia dos represores, con varias interesantes comunicacións que analizaban o papel dos delatores no seo das súas comunidades.
Segue a chamar a atención dos especialsitas, cada vez máis, o estudo da represión no mundo rural, no seo das comunidades campesiñas.
Por último, é necesario facer mención dos algo recorrentes, e moi de moda nos últimos anos, estudos relativos ós campos de concentración franquistas e ás institucións penitenciarias.
Quizais o máis salientable desta sesión adicada ó estudo da represión franquista estea na reivindicación polos autores - en boa medida xa asumida pola academia - do valor dos estudos que empregan os recursos metodolóxicos da Historia local e da microhistoria, así como a notable extensión alcanzada, como xa foi dito, polos traballos ocupados na análise do mundo rural." [continua]
Daniel Lanero Táboas

Do abandono da II República espanhola pelas democracias ocidentais

Foi recentemente publicado o livro La soledad de la República, do historiador espanhol Angel Viñas. Nele se abordam o 1.º quadrimestre da Guerra Civil espanhola, em especial as relações então entretecidas pelas principais potências euro-ocidentais com o Estado espanhol.
Uma das suas teses é que a II República acabou nos braços de Estaline não por afinidade ideológica mas sim pelo abandono a que foi votada por parte da França e Reino Unido. Segundo Viñas, esta última praticou inclusivamente uma "hostilidade encoberta" contra um governo democrático enfrentando uma sangrenta sublevação militar que teve logo o apoio de Mussolini e Hitler. Para tal recorreu a documentação, parte dela inédita, dos arquivos de serviços secretos soviéticos e britânicos. Este livro é a 1.ª parte dum grande fresco do autor sobre a Guerra Civil, que terá 3 volumes.
Tudo isto é referido na entrevista que saiu no El País de hoje (vd. aqui). Segue-se a recensão crítica de José María Ridao, com o sugestivo nome de «Reconstrucción del naufragio». Outra recensão, de Rafael Nuñez Florencio, encontra-se aqui.

domingo, dezembro 10, 2006

O franquismo hoje: balanços críticos (VI)

"A quinta sesión, «Las mujeres en la dictadura: fascismo, catolicismo y resistencia», foi unha das que xenerou un maior nivel de debate. Recibíronse nesta sesión 12 comunicacións, 16% do total.
A análise da Sección Femenina de FET y de las JONS e doutras organizacións máis ou menos homologables (como a Acción Católica feminina) foi o tema predilecto dos traballos presentados, até 6 (a metade).
A sesión completouse con aportacións sobre a situación, en xeral, das mulleres baixo a dictadura, o estudo das institucións penitenciarias femininas, os programas educativos orientados a elas...
Actuou como relatora da sesión unha das investigadoras máis activas, e de máis longo percorrido nos estudos sobre o franquismo, a Prof.ª da U. Autónoma de Barcelona, Carme Molinero Ruiz, quen dirixiu o debate dun xeito brillante.
As intensas discusións da sesión xiraron arredor da suposta «modernidade» daquelas mulleres que desempeñaron cargos directivos na Sección Femenina de FET y de las JONS. Esta pretendida «modernidade» - no campo dos seus comportamentos sociais ou da súa independencia profesional respecto dos homes - tería, segundo algunhas das intervencións no debate, servido como exemplo para algunhas das nenas e mozas encadradas pola organización, o cal, por certo, non cadra moi ben cos contidos reaccionarios e machistas propagados polo discurso desta organización do partido único. Ás veces, e mesmo entre historiadores xa experimentados, dáse a paradoxal tendencia de non establecer a necesaria distancia respecto do obxecto de estudo (en especial cando este se materializa en persoas), o que ten como consecuencia unha especie de ‘namoramento distorsionador’ que, segundo parece, estaba presente nalgún dos textos presentados.
Outro interesante tema de debate tivo que ver coa necesidade de seguir estudando os efectos - en canto á xeneración de actitudes de consentemento entre a poboación - da propaganda presente nos discursos políticos, nos medios de comunicación e nas institucións do réxime." [continua]
Daniel Lanero Táboas

Quem tudo quer...

A todos os que gostam de eras jurássicas, povoadas de trogloditas simpáticos e expressivos, aqui vai um filmito recente, do Festival de Animação de Annecy 2002.
Trata-se do 1.º filme hot, hot da História da animação. Jurannessic pode ser visto aqui ou no Youtube (neste pode estender-se a imagem a todo o écran embora sem a qualidade do anterior). E depois não digam que não fazia calor nesses tempos. E que era tudo por instinto de reprodução...
Nb: autoria do filme de Yann AVENATI, Simon ANDRIVEAU, Louis CLICHY, Hervé BARBERAU e In-Ah RÖDIGER.

sábado, dezembro 09, 2006

O franquismo hoje: balanços críticos (V)

"Pola súa banda, a cuarta das sesións temáticas denominouse «El mundo del trabajo: obreros, empresarios e Estado», tal vez cun encabezamento demasiado clásico para os tempos (historiográficos) nos que andamos, alomenos no eido dos estudos sobre franquismo, recibiu tan só 8 comunicacións (10,5%) do total, das que algunhas foron mesmo desviadas dende a sección adicada ós «Movementos sociais», co comprensible fin de equilibrar ás sesións e o desenvolvemento do congreso.
Se algo resultou evidente, foi o interese que - non era sin tempo - comeza a despertar entre os investigadores o estudo da Seguridade Social, dos Colexios profesionais e das Mutualidades laborais e, en xeral, de toda unha serie de «políticas sociais» que o franquismo canalizou preferentemente - aínda que non só - a través da Organización Sindical Española (OSE). A metade dos traballos presentados, catro, poden ser incluídos neste campo.
Entre os restantes, destacou pola súa orixinalidade unha comunicación que profundizaba nas relacións entre fotografía e representacións da fábrica, a partir da análise do caso da factoría da SEAT en Martorell (Barcelona).
O resto de comunicacións estiveron adicadas ó comercio cinematográfico exterior español, as eleccións sindicais e ao empresariado católico. O relator da sesión foi o Prof da U. Autónoma de Barcelona Pere Ysàs i Solanes." [continua]
Daniel Lanero Táboas

Processos judiciais franquistas serão revistos

Em Espanha, a Lei da Memória Histórica continua na agenda do dia. Hoje mesmo, o El País noticia que o Governo de Zapatero vai incluir nesse projecto legislativo a revisão das sentenças franquistas que marcaram ignominiosamente o destino de milhares de defensores da legalidade democrática da II República espanhola.
Segunda a mesma notícia do El País, tal revisão (a debater em finais de Fevereiro de 2007) só terá efeitos de reconhecimento "simbólico e moral", donde, sem consequências jurídicas, e vai ao encontro da pressão de partidos parlamentares como a Esquerda Unida (IU) e a Esquerda Republicana Catalã (ERC) e de todas as associações de defesa das vítimas do franquismo, que se contam por dezenas.
O principal pomo de discórdia que separa os socialistas do PSOE daquelas correntes é a questão das implicações que uma revisão cega das sentenças franquistas teria face não só ao «Pacto de silêncio» criado no «período de transição» como em termos de indemnizações pecuniárias e outras exigências de eventuais reclamantes e à incriminação de milhares de espanhóis e abertura de respectivos processos ("En todo caso, se descarta expresamente la anulación de los juicios, es decir, su «revocación», por el «estallido jurídico» que provocaría y las consecuencias que traería. «¿Se abrirían vías de reclamación y también incluso de persecución penal a los juzgadores...?», se preguntan esas mismas fuentes. El Grupo Socialista considera que, seguramente, «sería de justicia» hacerlo, pero podría poner en cuestión todo el entramado de seguridad jurídica de 40 años de dictadura.").
A questão agrava-se porque o equivalente ao Supremo Tribunal Militar não aceitou até agora rever tais processos, tendo recusado previamente todos os recursos especiais interpostos pelos familiares de vítimas do franquismo (vd. este artigo).
Noutro artigo do mesmo jornal, Emilio Silva, representante da Asociación para la Recuperación de la Memoria Histórica (f.2000), diz que o Ano da Memória Histórica foi mais retórico que outra coisa (começa logo por só ter sido decretado a meio do ano civil), e que os parcos fundos oficiais prometidos para ajudar na abertura de valas colectivas de vítimas da Guerra Civil e do franquismo ainda não chegaram aos destinatários.

sexta-feira, dezembro 08, 2006

O franquismo hoje: balanços críticos (IV)

"A terceira sesión, «La cultura y el poder. discursos, memorias e identidades», foi unha das que máis interese, atendendo ó número de traballos presentados, despertou entre os participantes. Contou cun total de 17 comunicacións (23%), no que resulta un claro indicador de cáles son os campos da investigación sobre o réxime que máis están a chamar a atención dos historiadores e doutros investigadores procedentes do ámbito máis xenérico das Humanidades, en especial, daqueles máis novos e máis recentemente incorporados á pesquisa. Este feito non fai máis que reforzar unha tendencia que comezara a abrollar no precedente V Encuentro (Albacete, novembro de 2005). A relación, máis ben ‘plana’, o que mediatizou en demasía un debate que podería ter sido moito máis vivo e profundo, correu a cargo da Prof.ª Alicia Alted (UNED).
Na sesión destacaron varios eixos temáticos: as comunicacións adicadas á cinematografía propagandística franquista (3); aquelas outras centradas nas expresións artísticas literarias (revistas da época (2), xornais (1), e unha última bastante orixinal que estudaba a presenza contextual do franquismo na novela de Juan Marsé); as que analizaban as políticas culturais e educativas no Protectorado español de Marrocos (2) e, por último, as adicadas ó estudo das políticas e lugares da memoria (2)." [continua]
Daniel Lanero Táboas

Terrakota, do deserto ao areal (agenda)

O grupo internacional Terrakota dá hoje o seu penúltimo concerto do ano, no Bar Long Beach (Praia de Carcavelos, 23h). Boas vibrações irão aí circular, fundindo reggae, mandinga, afro beat, sons do Brasil, etc.. Será como um chá de frutos do mediterâneo bebido à beira-mar. Os sons, esses, podem ser previamente saboreados aqui, podeis começar com «Open your eyes». Em especial para quem precisar duma dose vitamínica. O último concerto do ano será precisamente a 31, no Armazém C2 Alcântara (Lisboa).
Nb: músicas, imagens e combinações para ver aqui e no site oficial; divulgação atenta e atempada na agenda Le Cool, versão alfacinha.
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