sábado, setembro 30, 2006

Feiras de artesanato urbano: a próxima é no Jardim da Estrela (divulgação)

Vieram sorrateiramente e, agora, parece que pegaram. Que o diga o Jardim da Estrela, que vai ter a sua 2.ª Feira de artesanato urbano já amanhã, das 9h às 19h30 (repete no feriado do 5 de Outubro, 5.ª feira).
Conta com a presença de artesãos, mas tb. de designers, ilustradores, ceramistas, etc.. Para mais detalhes vd. o blogue dos mentores, o Arquitexturas.
A quem decida ir a esse acolhedor parque alfacinha, um bom passeio!

sexta-feira, setembro 29, 2006

Revitalizar Lisboa, pelo bom uso do seu património, devolvendo-o às populações

Na 3.ª passada, a Assembleia Municipal de Lisbou (AML) aceitou a venda da Quinta da Nossa Senhora da Paz, mas impôs como condição a manutenção de uso público (impossibilidade de mais construção e obrigação de preservação do espaço verde: vd. aqui). Valeu a pena a contestação argumentada de muitos cidadãos e autarcas, dos partidos da Oposição e de associações locais, a começar pela Associação de Residentes de Telheiras.
Esta última, e para vincar que o destino a dar à Quinta deverá ser o aprovado pela própria AML em 2002 (o Museu do Brinquedo) ou afim, lançou uma petição on line, que pode ser lida aqui. O abaixo-assinado tb. é apoiado pelo Fórum Cidadania Lisboa.
Em 2005, Os Verdes tinham tb. sugerido medidas para recuperar o palacete (cf. aqui).
Entretanto, o próximo alvo parece ser o Pal.º Braancamp (ao B.º Alto), onde viveu Fontes Pereira de Melo e era o ex-Liceu Francês (para mais inf. vd. aqui). Já para reforçar a frota automóvel dos srs. dirigentes da CML é que parece não haver falta de dinheiro: "a CML irá levar a votação na AML uma proposta de aluguer de viaturas para os vereadores e chefias da CML que custará ao longo dos próximos 4 anos 5 milhões de euros… e a Quinta da Paz vai a hasta pública por 4,2 milhões". São as linhas com que se cosem as opções políticas de parte das nossas elites. Depois não venham dizer que não havia alternativas.
Nb: imagens da CML e IPPAR.

quinta-feira, setembro 28, 2006

Celebridades: suas mães também erram...

8 motivos para não se confiar sempre nos conselhos das mães das celebridades (especialmente para si, sr. telespectador de bons pugâmas):
1.º- Deixa de jogar à bola e vai estudar para poderes ter um futuro! (conselho descabido da Mãe do Ronaldinho)
2.º- Pára de gritar! (Mãe de Luciano Pavarotti)
3.º- Deixa de brincar com essas máquinas ou nunca terás nada na vida! (Mãe de Bill Gates)
4.º- É a última vez que rabiscas as paredes da casa de banho! (Mãe de Michelangelo)
5.º- Pára de bater na mesa, estou cansada desses ruídos! (Mãe de Samuel Morse)
6.º- Fica quieto duma vez por todas, daqui a pouco vais querer dançar nas paredes! (Mãe de Fred Astaire)
7.º- Nada de igualdades, eu sou a tua mãe e tu és o meu filho! (Mãe de Karl Marx)
8.º- Pára de mentir! Tu pensas que estares sempre a mentir te irá ajudar a seres alguém na vida!? (Mãe de José Sócrates)
Nb: autor anónimo.

terça-feira, setembro 26, 2006

Blogues sobre Lisboa, bem precisamos deles

É oficial: foi aprovado pelo executivo da CML a venda em hasta pública da Qt.ª de N.ª Sr.ª da Paz, pondo em causa 1 espaço classificado e protegido pelo IPPAR (o Conjunto do Pç. do Lumiar), parte integrante do Parque Periférico (2.º pulmão de Lx.) e contrariando a proposta dos serviços municipais de aí se instalar o Museu da Criança/ do Brinquedo (cf. aqui). Sugiro tb. uma visita à resma de promessas para o 1.º semestre de mandato do eng. Carmona (pomposamente designada Nos primeiros 180 dias da minha governação na Câmara Municipal de Lisboa), é um delírio completo. Vide só este mimo: "Promover, junto de Associações de Moradores, Colectividades e organizações de juventude, a realização de concursos de ideias para a elaboração de super-grafismos em superfícies edificadas como por exemplo empenas cegas, viadutos, túneis, muros de suporte, entre outros, no sentido de fomentar a Arte Muralista em Lisboa propiciando a descoberta de novos talentos".
Por Zeus, nem tudo vai mal, pelo menos há escrutínio cívico e debate; aqui ficam alguns blogues que fazem um ou outra, ou ambos:
Bic Laranja (c/mts. fotos antigas, sobretudo do Arq.º Fot.º da CML, e comentários actuais);
BlogNoBotânico (dedicado ao Jardim Botânico de Lx.);
Cidadania Lx, do Fórum Cidadania Lisboa (é o blogue +activo no escrutínio da acção municipal, daí ser obrigado a concentrar-se na vigilância crítica dos sucessivos casos criados pela actual edilidade; c/boa lista de links);
De Lisboa (c/mt. inf. genérica, e tb. sobre a história da cidade, tem a melhor lista de links específicos, por secções);
Forum Lisboeta (porta-voz dos autarcas e representantes do CDS-PP/Lisboa, c/mt. inf. sobre a sua actividade específica);
LisboaLisboa e LisboaLisboa2, ambos de José Carlos Mendes (ligado ao PCP/Lisboa, c/mt. inf. útil e comentário político);
Olissipo (c/mt. inf. útil quotidiana, retirada sobretudo da imp.ª, e links úteis);
Planeta Alfama (inf. sobretudo sobre Alfama, urbanismo e arq.ª, c/boa lista de links);
Sétima Colina, de Ant.º Almeida (dedicado à freg.ª S. Mamede, c/boa lista de links);
Viver melhor no Bairro Azul (pugna pelo mero respeito do estacionamento civilizado, do não abate de árvores antigas, da segurança rodoviária, etc.);
Viver na Alta de Lisboa (c/inf. própria sobre a Alta de Lisboa, c/boa lista de links específicos).
Sobre associações de moradores (que não porta-vozes de dirigentes) vd. ainda os seguintes sites: ART - Assoc. de Residentes de Telheiras (f.1988, defende 1 urbanismo sustentável no b.º e promove actividades sócio-culturais: vd. tb. aqui); Assoc. «Vamos Renovar Lisboa» (f.2004, activa da reabilitação urbana, responsável pelo cadastro de prédios abandonados, vd. infra); Jornal da Praceta, de Carlos Fontes (c/inf. sobre as freguesias de Alvalade, Cp. Grande e S. João de Brito); Lisboa Verde. Assoc. para a Defesa dos Espaços Verdes de Lisboa (foi a 1.ª a dar o alerta sobre o caso Infante Santo e a lançar 1 petição contra a absurda cont. do Campo de Tiro de Monsanto); SOS Bairro Azul - Comissão de Moradores (prossegue actividade similar à do blogue do B.º Azul).
Resta referir 1 site mt. relevante, o Lisboa Abandonada: deprimente mas esclarecedor do que está ocorrendo em termos de degradação do edificado, cadastrando 1808 casas abandonadas (mas fala-se em +de 5 mil: vd. aqui) e só 33 delas recuperadas. Para quando o reforço das obras coercivas e a criação de taxas penalizadoras pela não utilização de prédios devolutos?
PS: há tb. o site do Grupo dos Amigos de Lisboa, instituição criada em 1936 para a defesa do património lisboeta mas que se ateve sobretudo à olisipografia (edita a revista Olisipo, faz visitas de estudo); por ter sido despejada recentemente, e por outras razões, tem tido pouca intervenção pública. Ah, e quem quiser saber dos Prémios Valmor, é só ir aqui; quem quiser saber de des.º comunitário promovido pela Fundação Aga Khan é ir aqui. Boas visitas!

domingo, setembro 24, 2006

Zygmunt Bauman, o pensador da globalização individualizada

Excelente o post de ontem de João Paulo Sousa sobre a desagregação actual dos laços sociais, incutida por um medo social ideologicamente fabricado e independente dos contextos económicos objectivos particulares.
Tudo isto a propósito da tradução para português de Portugal (para o Brasil já fora traduzido há séculos, por Jorge Zahar Editor, vd. artigo analítico de Daniel Soczek aqui) dum dos últimos livros do sociólogo polaco Zygmunt Bauman (n.1925), um dos grandes pensadores actuais das vivências sociais sob a globalização e, em particular, das consequências das representações sobre a convivência urbana. O medo social como escapatória para o interelacionamento social, o individualismo como único refúgio, é uma das teses principais da sua obra seminal, Modernidade líquida, or. 2000, Polity Press (vd. aqui).
É um post pertinente, não só pela síntese divulgativa que faz mas, sobretudo, pelo sentido de oportunidade que almejou, ao remeter para as implicações sociais das opções políticas em matéria de Segurança social.
Vale a pena atentar nas ressonâncias plurais, mais do que proféticas, do pensamento de Bauman, como nesta passagem em que retoma Herbert Sebastian Agar (A time for greatness, 1942): a verdade que torna os homens livres é, na maioria dos casos, a verdade que os homens preferem não ouvir»" (Modernidade líquida, Rio, Zahar Ed., 2001, p. 26). Indo mais além, Bauman interroga-se sobre os benefícios da liberdade, revendo toda uma galeria de autores até chegar a Émile Durkheim e à sua "filosofia social compreensiva": "«O indivíduo se submete à sociedade e essa submissão é a condição de sua libertação. Para o homem a liberdade consiste em não estar sujeito às forças físicas cegas; ele chega a isso opondo-lhes a grande e inteligente força da sociedade, sob cuja proteção se abriga. Ao colocar-se sob as asas da sociedade, ele se torna, até certo ponto, dependente dela. Mas é uma dependência libertadora; não há nisso contradição»" (ibidem, p. 27).
Nb: para mais informações vd. perfil aqui.

sábado, setembro 23, 2006

Gaiteiros de Lisboa prestes a tomar de assalto o Parlamento!

Preparem-se, é já hoje que esta horda bárbara tomará de assalto o vetusto Parlamento português, no âmbito das Jornadas Europeias do Património (org. do IPPAR). O estrilho começa às 18h, quem puder já sabe, tem nesta suave tarde uma oportunidade única para conhecer os últimos sons mais desvairados do planeta.
Para mais informação sobre esta trupe de bardos mágicos vd. site oficial (onde se pode ouvir algumas das suas toadas) e crónica em cima do acontecimento do Fuga aqui.

sexta-feira, setembro 22, 2006

Lisboa em saldo

Com o despautério das promessas feitas, a começar pelo sorvedouro do túnel do Marquês, era de prever que um dia chegaria uma pesada factura.
Em vez da moralização dos gastos- cortando nas assessorias e motoristas aos molhos, nas horas extraordinárias indevidas (há uns 5 anos atrás, foi revelado pelo Público que 1/3 da massa salarial era devido a horas extraordinárias, apesar de haver 10 mil funcionários públicos na capital) e outras mordomias que tais-, a edilidade de Lisboa optou pelo caminho mais fácil (e apetitoso para alguns): o da venda dos anéis.
Por ora, foram 13 os palacetes e quintas colocados em 'leilão', como noticiou o Público de 19/IX e reproduziu o Fórum Cidadania Lisboa no seu blogue Cidadania Lx. Nem se hesitou perante os avultados investimentos e valor patrimonial de alguns deles, como foi o caso do Pal.º Pombal. Entretanto, dado o repúdio generalizado e a atmosfera de ridículo que começou a espalhar-se sob algumas silhuetas, o vice Fontão de Carvalho deu 1 passo atrás qt. a este anel, mas deixou os outros espaços no cadafalso.
Após o caso das piscinas municipais (que ainda vai no adro..), esta é mais uma prova da desorientação estratégica que reina nesta liderança. Este leilão é um útil bode expiatório: se o propósito era arrecadar fundos para reduzir a dívida, então que se arrendasse e vendesse as centenas de prédios devolutos da CML existentes na cidade. Do mesmo passo, estancar-se-ia a sangria demográfica verificada na capital nas últimas décadas, dado o alto custo da escassa oferta imobiliária disponível.
Tal postura contraria qualquer perspectiva de desenvolvimento urbano: estes espaços deviam antes ser vistos como pólos revitalizadores dos contextos locais e comunitários, como foi comprovado pela actuação em alguns deles até há bem pouco: é o caso exemplar do labor duma comissão de moradores na agora ameaçada Quinta da N.ª Sr.ª da Paz (Est. Pç. Lumiar, 46). Sobre este caso, aqui fica a análise crítica da ART – Associação de Residentes de Telheiras, uma das mais mais antigas do género no país (f. em 1988: vd. este oportuno tx.):
"Esta Quinta e Palacete, vendidos à CML em 1975 pelos seus antigos donos para servir a população local, foi usada até 2000 como ATL e creche por uma comissão de moradores que a cuidou com zelo e a entregou nessa data à CML, dada a abertura da Escola EB 1 e Jardim-de-infância do Alto da Faia. A partir de então ficou ao abandono, sendo vandalizada e saqueada pois não tinha qualquer vigilância e serventia. A Junta de Freguesia do Lumiar propôs a instalação ali dum Museu do Brinquedo, proposta aprovada em 2002 pela Assembleia Municipal, mas sem qualquer efeito prático. O bonito jardim anexo poderá constituir um espaço verde para a freguesia, sobretudo numa área em rápida urbanização e como envolvente ao Templo Hindu, edifício característico e de utilidade pública. Por todas estas razões, a intenção da CML de vender este imóvel merece da parte da ART [..] a maior desaprovação e caso se concretize, um enorme protesto! A alienação de tão significativo património a particulares irá sem duvida alterar o seu uso, quiçá torná-lo num condomínio privado, com densificação urbana duma zona histórica sensível e afectar o ambiente próprio e peculiar do Paço do Lumiar. Receber um património, deixá-lo ao abandono para depois o vender e pagar passivos, não é decerto a melhor forma de gerir! Não existe o arrendamento? A cedência temporária com contrapartidas? Quantas instituições públicas e privadas procuram um espaço daqueles a título temporário?" (excerto de comunicado de 19/IX).
Perante isto, resta-nos continuar a contestar, com argumentação e alternativas: além da venda de prédios devolutos (e reabilitação e venda doutros pela EPUL), a CML devia antes apostar nas parcerias com as associações locais como a que ocupava a Qt.ª de N.ª Sr.ª da Paz e viabilizar as propostas fundamentadas dos órgãos mais próximos dos cidadãos, como a junta de freguesia local, que propôs um Museu do Brinquedo que tanta falta faz na capital.
O que aqui fica dito é com a esperança de que ainda prevaleça o bom senso pelos lados dos paços do concelho. Esperemos que sim.

quinta-feira, setembro 21, 2006

Media mainstream, descubra as diferenças

"Sabe bem poder escolher e ter por onde. [...] O problema é que nem sempre a quantidade, pelo menos nesta matéria, é sinónimo de diversidade. Vamos ao exemplo mais fácil e mais óbvio da televisão [de sinal aberto]. [...] como ninguém pode nem deve proibir que os senhores nos massacrem os serões só com aquilo [telenovelas], e sempre só com aquilo, sempre só com aquilo, a solução é deixar abrir mais canais. [...] E com os jornais também a coisa não muda demasiado. Tenho, de há anos, a sensação de que eles vêm ficando cada vez mais parecidos uns com os outros: nos temas em que apostam, no grafismo com que se 'refrescam', nos colunistas que fazem rodar entre si, no género de títulos, nas primeiras páginas até. Muitas vezes me apeteceu fazer uma espécie de jogo às cegas: pegar em páginas ou bocados de jornais, misturá-los todos e pedir depois às pessoas que adivinhassem a que título pertencia cada bocado. Cá para mim o jogo ia dar muitas confusões bem engraçadas".
(Joaquim Fidalgo, "Fome na fartura", Público, 20/IX, p. 9)

terça-feira, setembro 19, 2006

O anti-neura ideal

De regresso ao trabalho, estais com ganas de torcer o pescocinho ao canário, de dar uma canelada no chefe, ou de, finalmente, não vos despedires do porteiro-segurança carrancudo?
Não desesperais mais: chegou aquilo de que precisáveis, o borbulhento!!
Experimentai uma vez, não mais o largareis...
Boas sessões!

segunda-feira, setembro 18, 2006

Por uma política pró-emprego

O pacote pró-emprego proposto pelo Bloco de Esquerda nesta sua rentrée é de saudar, pois coloca na agenda uma questão fulcral.
Marcelo Rebelo de Sousa elogiou-o ontem, na RTP1 (ainda não localizei o tx. de 60 p. de que falou). Mas há quem teime, por preguiça ou preconceito ideológico, em afastar logo propostas merecedoras de debate.
Concordo que nem tudo será perfeito, sobretudo qt. à redução do horário laboral num país com tantas empresas frágeis e acumulações indevidas. Qt. ao travão à deslocalização de empresas, ignoro o teor integral dos enunciados; agora, não dá mais para fingir que este não é um problema e não serve dizer que tem que ser como é para evitar a saída de empresas rumo a outros países mais desregulados: isto é chantagem e só reforça o dumping social. Porque não apostar antes em baixar o IRC, colocando-o ao nível (ou mais baixo) do que o espanhol?
Vale a pena referir algumas das medidas do BE (cf. aqui):
1) reforma da formação profissional (p.e., apostando na qualidade, em empresas com mais valor acrescentado e no reforço da formação nos locais de trabalho); 2) apoios à criação de emprego no sector privado (com incentivos, legalização de imigrantes, programa para jovens licenciados, etc.); 3) políticas macro-económicas para o emprego (+inv.º público, IRC único na UE); 4) criação de emprego no sector público (enfermagem, insp.º das finanças e econ., segurança alimentar, protecção florestal, tratamento/ acompanhamento de idosos, educadores no pré-escolar).
Além de apresentar este conjunto de propostas, o BE teve o cuidado de as fundamentar e de medir o seu impacto, o que devia ser critério a seguir por todos. Várias das medidas foram já objecto de projectos legislativos seus (vd. aqui).
E que tal debater um pouco assuntos vitais para o país, em vez de se insistir no discurso de que a Oposição não trabalha?
Nb: imagem da col.º de cartazes do SDUA.

domingo, setembro 17, 2006

Teatro do Centrão apresenta: os Marretas de Portugal

(c) desenho de GoRRo

sexta-feira, setembro 15, 2006

A culpa é do lenhador da Lapónia


Pode parecer estranho, mas foi isso mesmo que descobri. Isto de navegar na Internet a desoras tem destas vantagens.
Então não é que há um blogue devotado à Causa Suprema da Mãe-Burocracia, o ABC da Burocracia, que descobriu o elo desaparecido do grande pioneiro burocrata?
Como?, perguntais vós. É simples: basta ir aqui e toda a Verdade será revelada. Eu também me converti, após ler o texto.
Entretanto, falta ainda o melhor. Em tempos de encostos, redes e interacções, não é que aquele ABC revelou majestosamente as suas ramificações até ao Topo Celeste, o do Grande Partido, humildemente O Partido!! o ABC nasceu, então, para servir O Partido, espaço próprio de divulgação e agitação.
E O Partido é um maná que desceu à Terra; tem de tudo: comités, politburos, comunicados, facções (como a F.I.B.R.A.), processos disciplinares, o pMpC- pequeno Manual do pequeno Camarada, a RIS (Revista Semanal de Informação), além do C.R.I.P., que é, nem mais nem menos que o subnome do grande ABC da Burocracia. E o que quer dizer essa sigla?, indagais vós. Quer dizer uma coisa muy singela: Comissão de Reeducação Ideológica e Propaganda d'O Partido!!! Têm até um PREBUROCU- Processo Revolucionário Burocrático em Curso. Bate tudo certo.
A finalizar, e para os saudosos M-L's (agora Militaruchos-Liberocas) que continuam a guardar com acrisolado carinho o Estado no regaço, reparei no seguinte pormenor: a vanguarda prá-frentex continua a assinar como dever ser> Camarada Partidário, Camarada Busílis, Camarada Pala Pala, Camarada Polichinelo, e por aí fora, em gloriosos esforços camaradescos. E estão abertos a novas inscrições...
Boas leituras militantes!
Nb: as imagens são retiradas dos 2 blogues referidos e são de sua laboriosa lavra.

quarta-feira, setembro 13, 2006

O povo é quem mais orquestra

É a 1.ª orquestra virtual que pode ser recriada por pessoas comuns, bastando ocuparem uns assentos especiais.
PLAY.orchestra recria uma orquestra vazia com 60 lugares, materializados em 'bancos musicais'. Os transeuntes podem escolher um desses cubos e experienciar uma peça musical na perspectiva do músico, pois, ao sentarem-se, accionam um registo do instrumento relacionado com esse lugar particular no seio da orquestra. À medida que mais pessoas se sentam, a peça é gradualmente revelada na sua integridade.
Uma designer portuguesa, Arlete Castelo, integrou a pequena equipa que concebeu esta maravilha sinestésica.
O evento faz parte da animação do Royal Festival Hall, no londrino South Bank Centre. É a sua mais ambiciosa instalação interactiva, e foi idealizada por estudantes do mestrado de Artes em Narrative Environments da Central Saint Martins, onde também se formou o caricaturista Mel Calman, a quem dediquei o post anterior. Inaugurado a 19 do mês passado, termina a 2 de Outubro. Este projecto teve a colaboração da Philharmonia Orchestra, que deste modo pretendeu promover o seu projecto internáutico «Sound Exchange», onde se pode descarregar sons da orquestra e criar outros.
Para mais informações recomenda-se a visita ao sítio oficial dos autores (que inclui os outros projectos da equipa), e ao da Philharmonia Orchestra.
What a wonderful world!

terça-feira, setembro 12, 2006

Mel Calman, o mais terno caricaturista do mundo

Para os que vivem em Londres, eis uma excelente novidade: abriu a exposição antológica dedicada ao grande caricaturista Mel Calman (no The Cartoon Museum), a qual aqui anunciáramos em Junho passado.
Este artista londrino (1931-1994) estudou ilustração na St. Martin's School of Art e no Goldsmith's College. Exerceu o seu ofício nos jornais Daily Express (1957-63), Sunday Telegraph (1964/5), Observer (1965/6), Sunday Times (1969-84) e The Times (1979-1994).
Dos seus cartoons, sempre desenhados a lápis, ressalta um personagem peculiar, um pequeno homem que questiona a condição humana com perguntas desarmantes. Os seus desenhos são simples e directos, sempre interpelantes da vida de todos nós, havendo um fundo filosófico ou psicanalítico em vários dos seus trabalhos.
Fundou uma galeria (talvez a 1.ª) dedicada à arte do cartoon, The Workshop/ The Cartoon Gallery, e, em 1988, co-fundou o The Cartoon Art Trust, com Simon Heneage (agora The Cartoon Museum). Colaborou com ilustrações para muitos livros, além da dezena de autoria própria. Produziu ainda 1 celebrado filme de animação para o British Film Institute, «The Arrow», esteve 1 ano como caricaturista residente na BBC (1963/4) e escreveu 3 peças para a BBC Radio.
Já agora, não se esqueçam de comprar o catálogo, pois, uma vez encerrada a exposição (a 15/X), tornar-se-á uma raridade quase inalcançável.
Fontes: The Cartoon Museum e Univ. de Kent (aqui com bibliografia activa); peças teatrais aqui.

sábado, setembro 02, 2006

Finalmente!...

...«Here comes the sun» (The Beatles)

Aqui vai uma muita conhecida, com imagens fantásticas de Londres, o interregno veranil justifica a escolha e o texto lacónico.
Por isso, boas férias, divirtam-se, e, se puderem, portem-se mal!!!

sexta-feira, setembro 01, 2006

Camané, um cantor para o futuro




Camané,
com Carlos do Carmo,
este sábado (2 Set.º, 22h),
na Torre de Belém, Lx.


Camané é um intérprete genial, de vários géneros musicais. Não lhe bastando a arte do fado, é tb. exímio cantor de músicas rock, pop-rock e de músicas populares brasileira e portuguesa. Tem o condão de tornar canções boas ainda melhores: vd. versões suas de «Laços» (Toranja), «Circo de Feras» (Xutos & Pontapés), «A noite passada» (Sérgio Godinho) e «Maria Albertina» (Variações).
Este videoclip apresenta um Camané todo desportivo interpretando «Quero é viver», do projecto colectivo Humanos, que junta ainda Manuela Azevedo, David Fonseca e outros músicos portugueses (é tb. deles a «Maria Albertina», inédito de Variações entretanto descoberto, uma preciosidade sociológica sobre o Portugal híbrido e pós-moderno...).
Tudo isto porque o fadista vai dar um concerto conjunto com Carlos do Carmo, Bernardo Sassetti e orquestra, amanhã (sáb.º, 22h), no relvado defronte à Torre de Belém.
Nb: mais informações sobre a sua vida e obra no sítio oficial, onde se pode ouvir muitas das suas canções.

Dos inauferíveis direitos do Portugal revisionista

"Sob a égide do Chefe do Estado [Sua Excelência o Sr. General Óscar Fragoso Carmona], é fundada, junto do Arquivo Nacional da Tôrre do Tombo, a Academia Portuguesa de História, agremiação especializada dos eruditos que se entreguem à investigação e reconstituïção crítica do passado, a qual terá como primeiros objectivos estimular e coordenar os esforços revisionistas para a reintegração da verdade histórica e enriquecer a documentação dos inauferíveis direitos de Portugal."
(in Boletim, 1.º e 2.º anos - 1937-1938, Lisboa, Academia Portuguesa de História, MCMXL, p. 53).
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