Pacheco sobre Helena e Teresa
Entretanto as forças da inércia, leia-se a título de exemplo Pacheco Pereira, o açambarcador de «bens escassos», começam a dar sinal do desconforto que este tipo de matéria nelas desperta. Começa por apregoar indiferença à matéria, mas logo a seguir arrasa com as pretensões das nubentes (estranha forma de indiferença, não é?). E fá-lo invertendo totalmente a questão e incorrendo em vários erros que nem ficam nada bem à luminária da nação.
Considera por exemplo que até faria sentido que os crentes reivindicassem o casamento à Igreja, mas que os cidadãos não o devem fazer ao Estado. O que os crentes homossexuais fazem numa Igreja que os exclui eu não sei, mas a Igreja tem liberdade para os excluir, se assim o entender. Dessa forma, essa matéria é que deveria ser absolutamente indiferente a Pacheco, não a referente ao casamento civil. O Estado não deve nem pode, e a Constituição exprime-o taxativamente, excluir ninguém. Se existe a figura jurídica de casamento civil para uns, tem de existir para todos. Isto é que é clarinho como água, e ao não acontecer dessa forma, gera discriminação.
Pacheco diz então que acha essa reivindicação totalmente conservadora, e apelida os homossexuais de «novos conservadores». Bom, isto é de uma ignorância atroz, porque revela que na cabeça do Sr. Pacheco, eventualmente os homossexuais serão todos uns grandes malucos duns liberais. Alguns homossexuais, penso, são liberais, outros são-no menos e, outros até, serão conservadores tout-court. Portanto estou em crer que se o casamento é uma instituição conservadora (e acho mesmo que é) a que os heterossexuais têm direito (sendo heterossexual, nem me passa pela cabeça casar porque desde logo nem compreendo a necessidade - mas se assim o quisesse poderia fazê-lo), então os homossexuais também devem ter direito à mesma. Porque os haverá igualmente liberais e conservadores. É um princípio de universalidade básico.
A seguir fala da morte da diferença. Está preocupado porque os homossexuais que defendem a diferença, ao exigirem a liberdade de casar estão a contribuir para a morte da dita - da diferença. Uma forma de alimentar a diferença é permitir e alimentar regimes legais diferentes para pessoas diferentes. «Todos diferentes, todos iguais» pretende apenas e exactamente o contrário daquilo que Pacheco diz: ou seja, uma igualitarização face à lei. Ele sabe-o bem mas, como de costume, subverte de forma pouco séria, também costumeira, a sua argumentação para o que lhe dá mais jeito. Curioso é que o faça até para causas que lhe são indiferentes. Pode-se imaginar nas outras.
Considera por exemplo que até faria sentido que os crentes reivindicassem o casamento à Igreja, mas que os cidadãos não o devem fazer ao Estado. O que os crentes homossexuais fazem numa Igreja que os exclui eu não sei, mas a Igreja tem liberdade para os excluir, se assim o entender. Dessa forma, essa matéria é que deveria ser absolutamente indiferente a Pacheco, não a referente ao casamento civil. O Estado não deve nem pode, e a Constituição exprime-o taxativamente, excluir ninguém. Se existe a figura jurídica de casamento civil para uns, tem de existir para todos. Isto é que é clarinho como água, e ao não acontecer dessa forma, gera discriminação.
Pacheco diz então que acha essa reivindicação totalmente conservadora, e apelida os homossexuais de «novos conservadores». Bom, isto é de uma ignorância atroz, porque revela que na cabeça do Sr. Pacheco, eventualmente os homossexuais serão todos uns grandes malucos duns liberais. Alguns homossexuais, penso, são liberais, outros são-no menos e, outros até, serão conservadores tout-court. Portanto estou em crer que se o casamento é uma instituição conservadora (e acho mesmo que é) a que os heterossexuais têm direito (sendo heterossexual, nem me passa pela cabeça casar porque desde logo nem compreendo a necessidade - mas se assim o quisesse poderia fazê-lo), então os homossexuais também devem ter direito à mesma. Porque os haverá igualmente liberais e conservadores. É um princípio de universalidade básico.
A seguir fala da morte da diferença. Está preocupado porque os homossexuais que defendem a diferença, ao exigirem a liberdade de casar estão a contribuir para a morte da dita - da diferença. Uma forma de alimentar a diferença é permitir e alimentar regimes legais diferentes para pessoas diferentes. «Todos diferentes, todos iguais» pretende apenas e exactamente o contrário daquilo que Pacheco diz: ou seja, uma igualitarização face à lei. Ele sabe-o bem mas, como de costume, subverte de forma pouco séria, também costumeira, a sua argumentação para o que lhe dá mais jeito. Curioso é que o faça até para causas que lhe são indiferentes. Pode-se imaginar nas outras.
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