segunda-feira, agosto 07, 2006

Cena de cinzas-7

Põe-me agosto a balbúrdia rente ao coração.
Camionetas trazem o vulgo de arcas e obtusa
prole. A naftalina da infância nada pode
contra traças tão nutridas.

Lágrimas pirómanas luziam pantalhas,
raso consolo assobiavam os teus olhos
no pontão onde um dia descobrimos
que pecar era bom. Tínhamos o quê?,

quinze anos?, o pão com geleia,
as cinzas do susto, nos palheiros ao longe
onde corre o turvo vento norte
hei-de desenhar-te o rosto a carvão
com esta mão mesma
punheteando o escuro.

Do que morro eu sei: do tinto a granel
nas estrebarias do mundo; dos teus
seios, alegria aos domingos: da pirueta
do alto da falésia p'ra turista ver,
diz-me se gostaste meu coirão.
José Luís Tavares
(Agreste matéria mundo, Porto, Campo das Letras, 2004, p. 138)

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Foda-se, que ogajo é bom!!Onde é que se encontra este livro?

11:58 da manhã  
Blogger Daniel Melo said...

Nas boas livrarias da especialidade, onde é que havia de ser?

10:51 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

diga algo aqui no blog, se você nao encontrar.

10:54 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Very nice site! » »

2:37 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

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5:17 da manhã  

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