quarta-feira, abril 05, 2006

Peregrinação por um país doente, a necessitar de ambulância

O escritor Manuel da Silva Ramos vai lançar o seu último romance, ambulância, esta 5.ª feira, às 19h, no Café Império (ao lado do antigo Cinema Império, Av. Almirante Reis, 205 C, metro Alameda).
A sua chegada ao lugar será um happening imperdível, condizente com a obra e o autor.
O livro, com chancela das Publicações D. Quixote, terá apresentação de António Mega Ferreira, seguido dum excurso de Fernando Paulouro pela obra do escritor covilhanense.
Depois vem a festa, à beirã: bom vinho, petiscos regionais (com as inolvidáveis xerovias fritas fundanenses), convívio e as actuações do Rancho Folc.º e Etnog.º do Refúgio e dos Jograis Utópico do Banco de Portugal.
Nestes últimos anos, Manuel da Silva Ramos consolidou uma obra desarmante e profunda, articulando um olhar sobre o mundo e a portugalidade com um desassombro, acutilância e empenho inigualáveis. É um dos maiores escritores lusos vivos, a contra-corrente, o mais inovador estilisticamente, o mais arrojado em termos de linguagem e temáticas propostas, conjugando surrealismo, fantástico e realismo dum modo único, e cultivando distintas modulações da ironia e da sátira como poucos (derrisão, sarcasmo, picaresco, zombaria). Para mais informações sobre a sua obra vd. o blogue específico Café Montalto.
Deixo-vos com um aperitivo para amanhã, retirado da contracapa de ambulância:
"Inverosímil, formidável e fantasticamente literário. Montado na sua hemorróida Ermelinda e de mão dada com a sua namorada, a cadela Carolina, um escritor vivido e na força da sua experiência criativa, empreende uma viagem pelo país profundo à procura dos autores de dois crimes, e, finalmente, depois de muitas aventuras, descobre o criminoso onde menos se espera. Esta peregrinação por um país doente dum escritor política e sexualmente incorrecto leva-nos dos arrabaldes do Fundão aos arrabaldes de Leiria passando por Coimbra, Lisboa e outros lugares anónimos dum Portugal mergulhado na crise económica e na corrupção".
A entrada é livre, aqui fica o convite. Que mais se pode pedir para um fim de tarde na Lisboa desassossegada?
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