O Rafael português, ou a arte da crítica arguta
Eis o nosso Rafael, que revisitação maravilhosa! O Museu Rafael Bordalo Pinheiro reabriu recentemente e recomenda-se. Não percais tempo e ide já amanhã visitá-lo, que é à borlix.
O museu revela-nos um autor e caricaturista em toda a sua riqueza, antes só vislumbrado, aqui e ali, nas recordações avulsas da imprensa. Esta, muito lhe deve, pela alegria do riso e da crítica, espalhada pelas inúmeras caricaturas que fez ao longo de c.30 anos da sua vida. O Zé Povinho é-nos mostrado na sua dupla faceta, ora resignado ora resistente. Surgiu pela 1.ª vez em 1875, forçado a dar a moedinha ao St. António, perdão, ao insaciável governante Fontes Pereira de Melo, então no 4.º ano de aumento de impostos (vd. imagem). Teve companhia doutros arquétipos nacionais, no John Bull ganancioso e, surpresa, no brasileiro Manuel dos Trinta Botões, tb. ele esbulhado pela Igreja e pela Coroa.
Vários dos seus desenhos sobre a política de então permanecem actuais, como os relativos à continuidade do pessoal político, à retórica parlamentar, aos impostos, etc. (havemos de voltar a eles). Daí o manguito incontornável. Rafael nasceu faz 160 anos, mas parece que foi ontem.
O palacete que guarda esta preciosa colecção foi-lhe destinado pelo republicano filantropo Cruz Magalhães, que pouco após a morte de Rafael aí instala a recolha que fizera, depois reforçada. Nele está a colecção permanente (cerâmica, ilustrações e caricaturas), com sala para ver 1 filme de 10 min. com a marca de Raquel Henriques da Silva (1 senão: o som está mau, é preciso dar-lhe nitidez). Num prédio construído entretanto, fica a exposição temporária e salas para a pequenada desenhar e fazer cerâmica! Que mais se pode pedir? Boa visita!
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