quinta-feira, maio 04, 2006

A censura exposta

Abriu ontem a exposição «O Estado Novo e a censura – o caso do Notícias da Amadora», na renovada Hemeroteca de Lisboa. A biblioteca municipal acolhe assim um projecto daquele que foi o semanário mais fustigado pela ditadura desde que Orlando Gonçalves (pai do actual director Orlando César) assumiu as suas rédeas, em 1963.
A mostra contém uma selecção dos milhares de provas tipográficas que o jornal foi obrigado a submeter ao crivo dos serviços de censura, cuja maior parte era devolvida com cortes marcados a lápis azul, parciais ou integrais. Conta-se tb. a história dos 48 anos deste baluarte da imprensa antifascista.
Ao cair do pano, pelas 19h de dia 15, debater-se-á «A Censura: da época marcelista à actualidade», com a participação de Orlando César e de Ana Cabrera (investigadora do Centro Media e Jornalismo), entre outros. Para mais informação sobre a censura ao NA vd. o seu extenso dossier Censura 16, com resumos analíticos aqui e aqui.
Agora que alguns pretendem negar os efeitos libertador e socialmente construtivo do 25 de Abril, que tal reflectir e debater um pouquinho sobre os pilares em que se alicerçou a ditadura? Ademais, o próprio tema da censura mantém-se actual, nela se inscrustando muitas das tendências que condicionam e limitam a liberdade de expressão e o seu vital pluralismo e independência crítica. Seja a censura comercial, a «dança de cadeiras», as «prateleiras», as «reestruturações», os cortes de publicidade oficial como represália política (a ex. do que sucedeu recentemente ao NA), ou mesmo a auto-censura... Dá pano para mangas, ó se dá...
Talvez valha a pena, ou, se calhar, já é exigir muito.
Adenda: já agora, a Hemeroteca devia aproveitar a ocasião e encadernar a colecção que tem do NA.

6 Comments:

Anonymous Anónimo said...

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Verde Oliva
A consistente disputa entre Comunistas e Capitalistas. Uma realidade que vem resistindo ao tempo. E, na medida do possível, essa convivência divergente, serve para aguçar nas pessoas o lívre abítrio de fazerem suas opções. O que é melhor para cada um. Isso a nível de Nação, de País. No momento o mundo anda repleto de pessoas defensoras da igualdade para todos, em divisão igualitária, fraternidade, e luta comum. Estabilisando a muralha dos adeptos do regime Socialista Communista. Por outro lado, principalmente nos Países Ocidentais, e muito especialmente nos Estados Unidos, vigora a força capitalista cujos princípios direcionais são: trabalho e individualidade para todos. Democracia. Isto nos induz a pensar na possibilidade de que aqui no Brasil se crie, como no restante dos países, ditos subdesenvolvidos, coincidentemente, todos da América Latina, da implantação de um regime pesado, a Ditadura. Um regime de imposições de fortes interferências naquilo que se produz nas áreas culturais, nos pensamentos individuais de cada cidadão. Isto é um fato. Ainda persiste o interesse da União Soviética em se estabelecer em terras latinoamericanas, concorrendo diretamente com os EUA, em se ramificar também nesses países alvos estratégicos, no que concerne, segundo juizo das duas potências mundiais, a má condução desses países por parte de seu povo e de seus governantes. Bem como por se mostrarem frágeis economicamente, ideologicamente, no entanto com potencial de virem a ser, para um lado ou para o outro grandes aliados no futuro. Existe a força imbativel dos Estados Unidos da América em evitar que ocorram com os pobres países, até poderem administrar suas fronteiras, seus espaços físicos, o que se viu acontecer em Cuba, uma república filial da União Soviética. Isto faltamente acontecerá e, pela posição do ranking, fatalmente os Estados Unidos levarão a melhor. Pela proximidade, pelo que já se adiantaram em conversações com os presidentes desses países, na sua grande maioria adepos seus.
Tal regime, impede as pessoas de suas indidualidades. Por exemplo: ninguem mais sai às ruas depois das dez horas da noite; todos os muros serão pichados "Abaixo a Ditadura"; os sermões dos padres serão ouvidos atentamente por agentes do SNI. A maioria dos professores, formadores de opinião terão de prestar conta dos seus atos heróicos junto aos DOPS.
E eu temo por mim. Mas é inevitável que isso aconteça, para que os saudosos façam valer os seus desejos de última hora concretizados. Depois a coisa continua... pau da nuca, pau de arara, pessoas torturadas das mais diversas formas, como os americanos aprenderam nas duas guerras qeu tomaram parte, deportações, extermínio de combatentes contrários, o escambau.
Eleições só para Miss Brasil, presidentes de Clube de Futebol, da Câmara e Senado Federais, que farão apenas o papel de tal, no fundo tudo, tudo, tudo, o Senhor General de tudo cuidará e tudo determinará, e resolverá.
Temo por mim, que não tenho pernas para correr, e não poder participar desse carrosel da alegria, porque não tenho, também altura, para chegar acima do meio do muro e escrever, gostosamente "Abaixo a Ditatura", O DOPS é merda!
Temo por mim que não vou poder comprar os Lps que o Chico, o Caetano, o Gilberto Gil, MPB4, Quarteto em CY, lançam todos os anos. O do Roberto Carlos, meu pai sempre compra. Agora que impulsionados pelo reúdio ao novo sistema implantando cresceu vertiginosamente o poder criativo em cada um deles, que farão coisas esplendorosas. A Ditadura tornou-se o dínamo da produção literária e fonográfica em nosso País. Em injustificadamente veremos a fuga forçada de alguns, ironicamente para os EUA, França, para onde vai Frei Tito, Geraldo Vandré. Caetano Veloso, Gilberto gil, estes agora vivendo na Inglaterra. Por aqui se fala que o exílio dos dois, Caetano e Gil, foi, vamos assim dizer um auto-exílio patrocinado por eles mesmos que, por iniciativa própria foram à PF atualizaram seus passaportes e se mandaram, em busca de inspiração e novidades herméticas. De lá, todos os anos cada um lança um disco; vimos agora chegarem às lojas do Caetano, London London, do Gil Expresso dois, dois, dois, maravilhosos.
Temo por mim que não poderei namorar nenhuma filha de militar, sendo eu membro do Grêmio Estudal da Escola Técnica Federal. Mas é necessário que isso se confirme mais ainda em nosso País, uma Nação que não se modificava em nada, não progredia para qualquer lado, e ainda com a ameça por partre dos professores da rede pública de ensino, e dos alunos gremistas, e de alguns pensadores, religiosos de tornarem daqui um País Comunista.
Não foi melhor assim? Estamos livres dessa idéia absurdo, e finalmente convivemos com a Ditadura. Que chegou no tempo certo, depois, já poderia ser tarde para muitos que ansiavam tanto pelo restabelecimento da ordem. E eu, por egoísmo não devo ir de encontro aos fatos. Comunista que se presa, presa pela privacidade, individualidade de cada um. O bem comum nas mãos de todos. Tudo é dividido, inclusive o pescoço da cabeça. Que se concretise a Ditatura, pois existem muitos que não se contêem com a ditamole. Acham acanhada, desmantelada, coisa que todo mundo bota a mão e continua dormente, inaltevável. Que dure a Ditadura. Que venha em seguida a escravatura. Pois existem ainda aqueles que, dando os seus últimos suspiram, ainda desejam contemplar um pelourinho, e ainda mudam de calçada quando seriam forçados a pisarem no mesmo quadro de chão de um ser igual, de outra cor. Que entrem em movimento todos esses dínamos que impulsionam o nosso País para a frente e o tornam mais democrático, independente, concorrente gual no mercado internacional, mais exportador que importador - inclusive de pessoas submetidas ao exílio, uns forçadanmente, outros nem tanto; tri campeões do mundo no futebol. Que venha Pelé, Tostão, Carlos Alberto "nosso capitão", Garrincha, Jairzinho; que o Chico Buarque continue nessa efervecência criativa, todo semestre lançando um lp, cada um mais blo que o outro, o mesmo acontece com Caetano Veloso, Augusto Boal, Rui Guerra "um português integrado com nossa música e nosso teatro", Cacaso, Wally Salomão, Geraldo Vandré, Elis Regina, com os Tropicalistas, com Tom Zé, Rogério Duprat, com o meu conterrâneo Torquato Neto.
Que Pinochet seja nosso aliado, que Médici seja um dos escolhidos para presidente da República Federativa do Brasil. Que os Bossas Novistas, João Gilberto, Roberto Menescal, Toquinho, Tom Jobim, Jonny Alff, Carlinhos Lira, Vinícius de Moraes, Paulo Sérgio Vale, João Bôscolli, fiquem dias e dias nas bordas das piscinas tomando Uisque, cantanto: O Pato, Amor sem Fim, Se Todos Fossem Iguais a Você, Berimbau, Samba de Uma Nota Só, Eu e a brisa, pouco incomodados com a inquietude lá foira, com as rondas contínuas dos policiais federais, caçando comunistas, maconheiros, porque cada um des dispõe de uma carteirinha que lhes permitem compor e cantarem, músicas que só falem de flores, amores, ipanema, corpo dourado, e já se inicie o processo de americanização, também de nosas melodias, compondo uma música inédita, nascida da mistura do nosso samba, com o jazz americano, no seu requinte harmônico.
Que se estabeleça o regime que faz com que todas as músicas, todos os curtas metragem em super oito, todos os livros de poesias e prosas, todo pronunciamento acadêmico, toda festa promovida pelos grêmios estudantis, sejam gravadas e passados de mão em mão dos sensores brasileiros e vistoriadas por servidores do DOPS.
Que se alegrem por isso os donos do mundo, os Estados Unidos da América, que sem se saber, ironicamente nos fazem viver o melhor regime e ficam constrangidos diante do que passam hoje, o pior.
Vai entender esses gringos e esses que estão para morrer e tem o coração resistente.
Cadê Olga Benário? uma guereira nata, que se enamorou por Luis Carlos Prestes, e este fez o favor em de presenteá-la ao baixinho invocado Getúlio Dornellas Vargas. Criador da Carteira de Trabalho, do décimo terceiro salário, da clt.
Eu temo por mim que não posso comprar nem ler O Capital do genial Karl Max, nem o Quiabo Comunista de Carlos Novaes, nem Brasil Nunca Mais, nem o Jornal Olinião, nem o Pasquim, e vou continuar na retórica baixa, sigilosa com os meus comparsas do grêmio Dom Avelar. "Viva a Ditadura, O povo unido jamais será vencido".
naeno:061006

7:44 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

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