sexta-feira, outubro 28, 2005

Uma gaffe é uma gaffe é uma gaffe

O Celso já aqui falou de algo que se deve evitar, que é o escalpelizar exacerbadamente os 10 anos de consulado cavaquista. Concordo e acrescento, pior que isso é insistir-se na exploração das mesquinhices com que, preguiçosamente, se gosta de mimosear a figura hirta de Cavaco: o bolo-rei, o coqueiro, os 9 cantos d'Os Lusíadas ou a “Utopia de Thomas Mann” são apenas alguns exemplos.
Momentos de descontracção ou gaffes perfeitamente humanas ante as câmaras televisivas só não as tem quem não tem câmaras televisivas à frente 12 horas por dia. Não é por isso que Cavaco é uma pessoa melhor ou pior preparada para desempenhar o papel de Presidente da República. Já a sustentação de ridículos tabus que todos adivinham sem pestanejar, o medo de assumir frontalmente posições ou convicções sem que antes se tenham de decorar pelo menos 50 linhas de texto e duas tabelas do Financial Times para, só depois e ainda assim, proferir duas secas sentenças descomprometidas sobre um qualquer assunto, os silêncios gritantes, as subtracções de carácter debaixo dos holofotes das grandes questões, ou a falta de solidariedade evidenciada pela forma indecente, crudelíssima, como deixou cair Fernando Nogueira, provam que há muita coisa a dizer sobre Cavaco Silva sem recorrer a aspectos menores. No fundo actos tão pequeninos que minimizam tanto aqueles que os apontam como aquele que os perpetrou.
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