sábado, fevereiro 11, 2006

O jackpot

Uns juntam-se aí às manifs, aparecem de mão dada com gente que foi contra a guerra-barbárie do Iraque. Outros bramem «é a guerra, é a guerra» e os bramidos desta vez ecoam nos ouvidos dalguns desses mesmos que há três anos foram contra a guerra-barbárie do Iraque. Outros ainda, vociferam que isto da civilização, mas da civilização a sério, não é para todos, e alguns que há três anos foram contra a guerra-barbárie do Iraque acompanham a berraria. Trata-se de um jackpot, e é preciso lembrar que os jackpots são tanto maiores quanto mais gente apostar... convém também é não esquecer que os jackpots, os outros, podem sair a qualquer um, mas este tem um vencedor muito claro. E não são os que foram contra a guerra-barbárie do Iraque... há três anos.

3 Comments:

Blogger bruno cardoso reis said...

Caro Nuno,
Parabéns pelo blogue, e obrigado pela «subscrição» do «meu» blogue, foi uma particular satisfação.

Claro que me preocupa o islamofobia. Mas acho que estas manifestações, e a hipocrisia dos governos autoritários de vários países muçulmanos, contribui mais para isso.

Não condiciono a defesa de liberdades fundamentais à política ou às companhias. (Embora até goste de pensar que é uma coisa de esquerda....)

Querer que a sátira ou a caricatura sejam sensatas ou de bom gosto é completamente insensato. Sempre achei isso, mesmo quando, como católico, havia piadas a que achava menos graça. Sempre achei também que a resposta inteligente era na mesma moeda.

E já agora: o Bush não está contra as caricaturas?

9:57 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Olá Bruno,

Uma particular satisfação foi ver o teu comentário cá na casa.

Quanto à subscrição do teu blogue, não tens nada que agradecer. Aceita antes os parabéns pelo mesmo.

Não está em causa condicionar a defesa de uma liberdade fundamental à política ou às companhias. Antes o expressar de uma ideia simples, que tem que ver com o facto dessas «companhias» não serem tão claras nesta defesa noutras ocasiões, deixando induzir interesses porventura menos claros.

Não desejo que a sátira seja sensata (não tiraste essa ideia do meu texto pois não?), antes pelo contrário - espero que possa ser insensata contra tudo e contra todos. Eu sei que convives bem com isto, mas há muito quem não conviva.

Quanto ao Bush, enfim, o que acho é que se ele puder utilizar este episódio para apertar a censura no seu próprio país, por certo não hesitará fazê-lo.

12:59 da tarde  
Blogger bruno cardoso reis said...

Olá Nuno
Não foi deste texto que tirei a ideia de sátira sensata. Simplesmente ela tem estado no centro do debate e é para mim o ponto central. A liberdade tem de ter certos limites, mas também de testar constantemente esses limites para não se tornar uma farsa; e não há melhor remédio contra a auto-censura que a caricatura. Por isso lhe é dada, e deve ser dada, especial latitude.

Sim, estou completamente de acordo que essas contradições possam ser muito irritantes. E pode e deve falar-se disso, sobretudo em relação a casos concretos. Apenas insisto que para a minha tomada de posição é irrelevante (as pessoas apoiam as mesma coisas por razões muito diferentes, o que é que se há-de fazer?).

Quanto ao Bush, acho que todos os pretextos lhe servem para isso. Mas há quem resista, desde logo na própria direita.

Muitas sátiras e muitos postes
B

12:47 da manhã  

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