quinta-feira, março 02, 2006

Brokeback Mountain (os homens que subiram uma colina e desceram uma montanha)


Algum cinema de Ang-Lee tem uma força que apelidaria de serena. Algo que vai crescendo, em lume brando, e quando damos por ela é um bloco coeso que se manifesta já plenamente na tela. Tempestade de Gelo era-o de certa maneira. Este Brokeback Mountain é-o também. No final, aquele amor não tem género. É amor de pleno direito (e porque não haveria de o ser?) com tudo o que isso implica de sobrenatural, sobrehumano (ou tão somente «profundamentissimamente» - perdoem o combóio - humano). Brokeback Mountain ergue-se entre dois homens como As Pontes de Madison County se ergue entre um homem e uma mulher. Que seja assim mesmo, uma montanha para uns e uma ponte para outros, é apenas uma ironia que ainda reflecte muito dos nossos tempos, muitas das latitudes e longitudes de pensamento dos nossos tempos... mas enfim, há 40 anos Brokeback Mountain seria eventualmente muito maior do que é hoje. Ou estava mais longe.
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