domingo, abril 30, 2006

Como se faz um filme realista

O padre é jeitoso e tem uns sonhos concupiscentes. As raparigas são boas raparigas, carnudas e opulentas. Os marginais da Avenida de Ceuta guiam grandes carros e têm canhões de fazer inveja ao Irão, sinal evidente de consenso social. Há três «bichas», tão afectadas quanto possível e crucifixos a rodos para cheirar a heresia. Pelo meio, há umas velhas que descobrem uma FHM no armário do jovem Amaro. Conveniente quanto baste. Tudo certo para um Blockbuster à portuguesa. Só não tinha percebido, pela promoção feita na altura em que o filme saiu, que O Crime do Padre Amaro era uma comédia.
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