segunda-feira, outubro 23, 2006

Adágios deste tempo (IV)

"31- Não confundas o entardecer com o fim do mundo.
32- Grão a grão enche o romancista o coração.
33- Os médicos padecem todos de hipertensão do porta-moedas.
34- Os advogados são dinossauros electrocutados às moscas.
35- Os artistas continuam a morrer de velhice e de muito juízo.
36- As pessoas mais sensíveis são os cangalheiros.
37- Os computadores portáteis póstumos dos escritores que se suicidaram ou daqueles que morerram vergonhosamente sós, são sistematicamente roubados pelos primeiros polícias a chegarem ao local do crime e desaparecem naturalmente na natureza.
38- Caçar feriados com redes e furões, o maior desporto.
39- Não conheço nenhum careca que não esteja desesperado.
40- As mulheres são como as raposas, entram nuas nos capoeiros e saem grávidas.
41- Estamos todos a apertar parafusos inexistentes.
42- É o número que eu calço para entrar no Inferno, classificado património português."
Manuel da Silva Ramos (Ambulância, Pubs. D. Quixote, 2006, p. 196)

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

semana meio-vazia, blog meio-cheio

4:06 da tarde  

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