terça-feira, novembro 07, 2006

Novos interlocutores na globalização

No início deste mês foi criado o maior sindicato de sempre: a Confederação Sindical Internacional (CSI), resultante da fusão das 2 maiores centrais sindicais do mundo, a Confederação Internacional dos Sindicatos Livres (f.1949, reformista e laica, aglutinando 241 sindicatos de 156 países) e a Confederação Mundial dos Trabalhadores (democrata-cristã, agrupando 144 organizações de 116 países). A fusão iniciou-se no Fórum Sindical Mundial de 2004, em Porto Alegre. De fora desta organização ficaram os sindicatos independentes como a CGTP/IN e os da Federação Sindical Mundial (f.1945, de inspiração marxista, mas de que cindiu a CISL, tendo aí permanecido as organizações do Bloco de Leste e, depois, vários sindicatos do Terceiro Mundo).
A CSI congregará 309 centrais sindicais de 159 países, com um total de 166 milhões de filiados (fonte: MIC). A fusão foi aprovada em congresso realizado entre 1 e 3 deste mês, e visa criar uma entidade capaz de fazer frente aos desafios colocados pela globalização ao mundo laboral. De acordo com a OIT, regista-se uma queda permanente das taxas de associados, sendo a actual média mundial de sindicalizados de 19% da população activa. Ademais, os sindicatos pretendem alcançar assim maior capacidade negocial nos acordos laborais, na flexibilização legislativa penalizadora dos trabalhadores e recuperar a influência, credibilidade e capacidade de intervenção política. Veremos como a nova organização lida com aspectos fundamentais da sua dinâmica representativa, designadamente quanto à capacidade de incorporar jovens e mulheres na vida sindical, bem como desempregados e precariados.
Nb: entrevista com o sec.º-geral do CSI, Guy Ryder, no Le Monde; mapa retirado deste jornal; uma perspectiva anarquista, necessariamente crítica, aqui; uma perspectiva mais neutral aqui.

3 Comments:

Blogger AisseTie said...

Seria óptimo que os nossos sindicatos fossem beber a essa fonte, numa perspectiva de enquadramento das suas lógicas de acção e enriquecimento dos seus discurso.

12:12 da tarde  
Blogger Daniel Melo said...

A UGT já lá está, a CGTP/IN ficou como observadora, embora antes tivesse aderido à confederação europeia sindical. A ver vamos.

9:59 da tarde  
Blogger Daniel Melo said...

Ainda a propósito da questão sindical, destaco um tx. de Hermes Augusto Costa, com contributo programático para um sindicalismo dinâmico, reformista e repolitizado, donde, necessariamente articulado com a sociedade civil (vd. "A nova internacional operária e os passados por cumprir", 11/XI, em http://jornal.publico.clix.pt/default.asp?a=2006&m=11&d=11&uid=&sid=11784). Um cheirinho: "Na linha do Fórum Social Mundial, se os interesses do sindicalismo não são separados dos da sociedade civil, então devem estimular-se formas de articulação com outros «globalismos»".
O outro tx. é de Elísio Estanque, tb. especialista desta temática (vd. http://boasociedade.blogspot.com/2006/10/sindicalismo-e-cidadania-novos-desafios.html).

8:07 da tarde  

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